Vídeo aulas para o ensino profissional de Química

por Alfredo Mateus

Quando você pensa em vídeo aulas, o que vem na sua cabeça? Você imagina um professor no quadro falando por 50 minutos com uma câmera gravando? Embora existam aulas gravadas neste formato, as vídeo aulas vêm rapidamente evoluindo para atender melhor os alunos e são muito mais flexíveis do que poderia parecer. 

A duração é um dos fatores que pode influenciar muito a efetividade de um vídeo. Aulas mais curtas, focadas em apenas um conceito principal permitem que o aluno tire sua dúvida sem ter de esperar ou ficar procurando a parte que lhe interessa em um vídeo longo. 

E as vídeo aulas não são apenas para alunos consultarem quando não entenderam o que o professor explicou em sala. Existem várias maneiras em que esses recursos podem ser usados, como veremos abaixo. 

SALA DE AULA INVERTIDA

Uma maneira de se utilizar as vídeo aulas é usar a sala de aula invertida. Nessa abordagem, o professor grava ou recomenda vídeo aulas sobre o assunto a ser tratado. Os alunos assistem essas vídeo aulas em casa. As aulas presenciais então são usadas para as atividades que normalmente são feitas em casa, como exercícios. A grande diferença, segundo os proponentes desse modelo, é que quando o aluno precisa de ajuda, ao fazer exercícios e atividades, o professor está ali para ajudar e acompanhar. E a apresentação do conteúdo pode funcionar com o uso do vídeo, em que o aluno pode pausar e assistir diversas vezes.

Embora as ideias que dão base à sala de aula invertida já existissem anteriormente, ela só começou a ser colocada em prática quando a produção e distribuição de vídeos online se tornou mais fácil. Os professores Jonathan Bergmann e Aaron Sams começaram a gravar vídeos e a disponibilizá-los na Internet em 2007, inicialmente apenas para que os alunos que estavam doentes e perdiam as aulas pudessem ter acesso ao conteúdo. Eles em seguida perceberam que com os vídeos online seria possível inverter as aulas e foram responsáveis por espalhar as ideias sobre esse modelo.

ENSINO PROFISSIONAL

No Colégio Técnico da UFMG, começamos a desenvolver vídeo aulas voltadas especialmente para o ensino técnico. O Ensino Profissional é uma modalidade que tradicionalmente sofre com a falta de recursos feitos especificamente para esse nível de ensino. Temos muitos recursos para o Ensino Médio e muitos para a graduação, mas nem tanto para o ensino profissional.  

Para isso, montamos um pequeno estúdio em uma sala, com isolamento acústico e iluminação apropriada para esse tipo de vídeo. Para o técnico em Química, fizemos também vídeos no laboratório. Uma série de vídeos que nos pareceu interessante focar aborda as principais técnicas de laboratório. Com um estilo mais informal e direto, temos utilizados estes vídeos no início de uma prática no laboratório, por exemplo, para introduzir as técnicas que os alunos vão utilizar naquele dia.

No vídeo abaixo mostramos como preparar uma solução usando vidraria volumétrica.

Neste vídeo mostramos como usar outros tipos de vidraria volumétrica. Todos os vídeos estão no nosso canal ColtecTube.

Uma tecnologia interessante que nós conseguimos introduzir no nosso estúdio foi o Light Board. Nas vídeo aulas gravadas diretamente da tela do computador, em que o professor não aparece (como na Khan Academy) o elemento humano fica faltando e é mais difícil o aluno perceber o que é mais importante. Em aulas gravadas em um quadro branco o professor fica de costas para a câmera. A solução é usar um quadro de vidro iluminado. Veja como ele funciona no vídeo abaixo.

Embora o quadro de vidro ajude a ter resultados interessantes, você não precisa de nada sofisticado para criar vídeo aulas. Algumas pessoas usam uma mesa digitalizadora (caneta e tablet) e um software que captura a tela do computador. Um celular e um quadro branco também podem ser utilizados. Um cuidado especial deve ser tomado com o áudio, evitando salas com muito eco e usando um microfone de lapela.

FINALMENTES

Existem várias maneiras de se preparar vídeo aulas e não existem razões para se prender a um formato ou outro. O principal é levar em consideração quem será o público e como esse recurso será utilizado.

Você recomenda vídeo aulas para seus alunos? Já produziu vídeos das suas aulas? Deixe um comentário abaixo.

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